31 de agosto de 2012

Adaptado


   
     
Há muito que te queria olhar com a indecência que o meu olhar inocente transmite... Quando te digo "olhar", não é olhar apenas com os olhos, é mesmo com todos os sentidos. Olhar-te com olhos de quem quer ver mais além do que as curvas insaciáveis do teu corpo proporcionam. Queria talvez assemelhar-me a uma Deusa para vaguear nesses restos mortais que em ti ficaram depois de uma dose de amor falhada; domar os teus sonhos e os teus desejos num jogo ardente onde o fogo nas nossas coxas húmidas tem poder sobre nós. Além da tua dor, existem gestos (in)voluntários que me fazem cobiçar o teu rosto, esse sorriso que é tão teu, a tua cintura, o teu cheiro próprio... Os mais perfeitos pormenores da tua inocente anatomia, enfim... O que de melhor existe em ti. Não contenho a minha insanidade ao contemplar-te. Tenho-te ali, comigo, num todo; não te aceito apenas como um pedaço humano, aceito-te como és, uma espécie de Homem-vulcão, uma avalanche, algo do género, que a minha boca insiste em saciar. Queria eu, domar-te e pertencer-te por completo. Um conjunto de obscenidades são sussurradas ao teu ouvido e eu limito-me a observar o reflexo que a luz vinda de lá de fora incide no suor que escorre no teu corpo. Não te julgues vencido, pois nesta batalha, conquistaste-me, e como tal, essa vitória sobre mim, fica eternizada, pelo menos enquanto dura. Mesmo ao teu lado, rezo para que este momento não acabe, o teu corpo encontra-se colado ao meu, molhado e ofegante, e eu tento passar-te a mensagem através do nosso olhar penetrante que isto não acabe mais, pois ainda não te saciei por completo... Envolves-me num abraço e os teus lábios sedosos invadem a minha boca, suspiro... Tenho-te comigo. Novamente, consegues fazer com que me entregue num fantástico abandono da perfeição, na minha pureza feminina, e eu insisto em fazer-te "sofrer" mais um pouco. Somos um do outro, pelo menos, naquele momento, sem vergonhas nem medos. O ápice do prazer foi alcançado de ambas as parte, e apenas nós os dois, e o bater do teu coração junto ao meu peito, sabemos o que se passa... Os dois.

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