3 de janeiro de 2013

A Solitária



A temida solidão decidiu incidir hoje na minha pessoa. A nefasta era infida enraizou-se, bem como a inspiração que tem insistido em conservar a distância. Proclamo entre suspiros, um tanto repressivos, as palavras que vão surgindo interligadas com este tema. Subsistirá este sentimento apenas nos esquecidos renegados que nada têm, ou até os beneficiados se sentirão sós? Autodenominar-se-ão de solitários todos os enamorados que por questões de robustez se encontram longe de quem lhes esquenta o coração? Decerto, não serei a exclusiva, em que prevalece o sentimento de sentir-me inteiramente isolada mesmo estando no meio de uma massa imensa. Mas dissequemos o assunto de duas práticas distintas, também a solidão é positiva. É na perniciosa solidão que o solitário concebe as mais díspares concepções e as leva além de uma contestação, fossa ela assertória ou negativa; é ainda nas ondas da mesma que a melancolia, bem como a nostalgia despontam. O solitário é arrojado, e por isso, não é a solidão alheia que o atemoriza, mas sim a trepidez de o «verdadeiro eu» o abandonar.

1 comentário:

Agostinho Barros disse...

um texto muito lindo e sentido , continua..

PS : este é o meu novo blog , http://youleave-me-breathless.blogspot.pt/ segue e dá a opinião , sigo de volta *